Roda de Choro do Seu Julinho completa dois anos de atividades nesta quinta-feira

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A Roda de Choro do Seu Julinho, projeto semanal da Secretaria de Cultura criado para homenagear o barbeiro e chorão Julio Pedro Borba, completa dois anos nesta semana

Nesta quinta-feira (14/05), completam-se dois anos de um projeto que nasceu com o intuito de relembrar e homenagear um dos mais saudosos chorões da cidade. A Roda de Choro do Seu Julinho, encontro semanal de apreciadores desse estilo musical tão tipicamente brasileiro, teve início em maio de 2013 e, rapidamente, passou a integrar o rol das ações permanentes da Secretaria Municipal de Cultura. Além da harmonia entre cavaquinho, violão, pandeiro e bandolim, o evento serve como um grande encontro de gerações e deu novo fôlego, além de endereço fixo, ao choro em Mogi das Cruzes.

Todas as quintas-feiras, a partir das 18 horas, eles começam a chegar. Das mais diversas partes da cidade, músicos e público em geral ocupam o Espaço do Meio Clarice Jorge, no Largo do Carmo, para mais uma vez dar vida à boa e velha roda de choro. A maioria ali já se conhece, até porque são muitos anos de história. Existe a “velha geração”, formada por músicos como João Dehon, Geraldo Fiusa, Eurico Souza e Luiz Gecco (Gunai), mas também existe a nova, composta por jovens como Paulo Henrique Silva, o PH.

PH, aliás, foi um dos grandes entusiastas do projeto. Assim que a roda de choro teve início, o músico, na época à frente da Escola de Choro Souza Eurico, envolveu-se diretamente com a iniciativa, levando seus alunos para participar. Com o tempo, a escola encerrou suas atividades, porém o choro, a seu ver, permanece vivo por meio da Orquestra Souza Eurico, composta por alunos avançados da extinta escola e por meio da própria Roda de Choro do Seu Julinho, um dos mais relevantes projetos já desenvolvidos pela Secretaria de Cultura, na sua opinião. 

“O público se manteve fiel durante esses dois anos e já podemos dizer que temos uma plateia cativa, que ama o choro, a seresta, os sambas da velha guarda e as rodas de choro. Enfim, a cidade conseguiu resgatar e manter a tradição do choro. Ainda bem”, destacou. Para PH, que teve a oportunidade de conhecer e tocar, em muitas ocasiões, na roda de choro original do Seu Julinho, a homenagem é justíssima. “Seu Julio era muito espiritualizado e uma pessoa de luz, muito avançada. Acredito que ele continua com a gente nos dando força e direção”, acrescenta.

Outra pessoa que se orgulha da homenagem e faz questão de conferir de perto a roda de choro sempre que possível é a viúva de Seu Julinho, Ordália dos Santos. Aos 82 anos, ela hoje se dedica a cuidar da neta, mas tem vívida a lembrança das tardes em que retornava do trabalho e a roda de choro já estava montada. “Eu ficava lá e aproveitava para ver e ouvir o choro. Era muito bonito”, declara a aposentada, que foi casada com o homenageado por 34 anos. 

Além das lembranças do choro, ela se recorda também da generosidade que era marca de seu marido. Em uma ocasião, como conta, eles, que sempre pescavam aos finais de semana, chegaram a contar 35 quilos de peixe em casa. “Pensei em vender, porque não tinha onde guardar, mas ele falou pra eu distribuir pela vizinhança e foi o que eu fiz”, acrescenta a aposentada, que deixa uma mensagem sobre o projeto. “Fico muito feliz com essa homenagem, principalmente porque eu vejo que as pessoas não se esqueceram dele, que era uma pessoa muito boa e nem do choro”, conclui.

Aos 85 anos, Geraldo Fiusa é mais uma presença garantida na roda de choro. Amigo de Julinho de longa data, Fiusa conta que aprendeu a tocar o choro com o homenageado. “Já frequentava a roda de choro na barbearia, mas na época eu só cantava. Até tocava violão, mas não sabia tocar choro, porque é muito difícil. Um dia disse ao Julinho que tinha muita vontade de aprender e ele aos poucos foi me ensinando”, conta o veterano, que hoje tem a oportunidade de repassar esses conhecimentos para as novas gerações.

Fiusa confessa que, em algumas quintas-feiras, pensa em não ir à roda de choro pela manhã. Porém, quando vai chegando a tarde, ele logo muda de ideia e toma o rumo do Casarão do Carmo. “Parece que tem alguma coisa que me puxa realmente. Todo mundo que está ali é apaixonado pelo choro e é isso que move a gente. Só tenho a elogiar o projeto, porque é um incentivo muito grande para a nossa música, que é tão bonita e também pela experiência de estar ali, entre amigos, com o público. Agora o choro tem um endereço e uma data, então podemos convidar as pessoas. E o legal é que elas vão mesmo, escutam e pedem músicas para a gente tocar. É uma coisa muito boa”, pontua.

O projeto

O projeto Roda de Choro do Seu Julinho foi implantado em 2013, como uma forma de homenagear Julio Pedro Borda, mais conhecido como Seu Julinho, antigo morador do Shangai e dono de uma barbearia na rua Navajas, que se convertia em roda de choro todas as quintas-feiras. Por ali passaram praticamente todos os atuais mestres do choro de Mogi das Cruzes, como Eurico de Souza, mais conhecido como Seu Eurico do Cavaco, Nilton Delphin e o também falecido professor Hugo Ramos, que hoje já dá nome ao Ginásio Municipal de Esportes. Também se formaram novos, como é o caso de Paulo Henrique Silva, o PH.

A princípio, concebeu-se um evento mensal, que mais tarde poderia vir a se tornar quinzenal, porém a receptividade e presença de público foram tão expressivas desde a primeira edição que logo o projeto entrou na agenda semanal da Secretaria Municipal de Cultura. 

A Roda de Choro do Seu Julinho acontece todas as quintas-feiras, a partir das 18 horas, no Casarão do Carmo. A entrada é gratuita. Mais informações podem ser obtidas nos telefones 4798-6900 ou 4798-6907. (LMS)
 



     

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